A tadalafila, medicamento indicado para tratar disfunção erétil e outras condições, se tornou o 5º genérico mais vendido no Brasil em 2024, com mais de 61,2 milhões de unidades comercializadas. A popularidade do remédio, impulsionada por músicas como a da banda Barões da Pisadinha e pelo uso recreativo e até como pré-treino, preocupa especialistas da saúde.
O consumo indiscriminado, especialmente entre jovens de 20 a 35 anos, pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça, alterações cardíacas e até dependência. Apesar da exigência de receita, a facilidade de compra em farmácias contribui para o uso sem prescrição.
Minas Gerais foi o segundo estado com maior consumo do medicamento, atrás apenas de São Paulo. A Anvisa alerta que a venda irregular pode gerar multas e sanções severas. Já o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais defende ações de conscientização como principal forma de combate ao uso indevido.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que medicamentos só podem ser vendidos em farmácias e drogarias devidamente regularizadas, seja fisicamente ou por seus sites. O órgão também disse que a fiscalização in loco de estabelecimentos, para verificar a venda de remédios para fins diferentes dos indicados, é realizada pelas vigilâncias sanitárias municipais e lembrou, ainda, das responsabilidades do profissional farmacêutico, que, entre outras atribuições, deve zelar pelos controles exigidos à dispensação de cada medicamento.
Por fim, a Anvisa ressaltou que as punições para estabelecimentos que estejam infringindo as leis podem variar de acordo com a situação encontrada, o potencial do risco gerado e o porte da empresa, podendo haver multas de R$ 2.000 até R$ 1,5 milhão, interdição parcial ou total do estabelecimento e cassação do alvará de funcionamento.
Márcia Alfenas, presidente do CRF-MG, defende que a principal medida para evitar o uso indevido da tadalafila é a conscientização da população. Segundo ela, dificultar a venda não inibiria o uso indevido e geraria transtornos para quem precisa do remédio.
“Mudar a tarja e o tipo de receita não é a melhor solução. As pessoas precisam ter acesso aos medicamentos, mas elas precisam entender que o remédio deve ser utilizado apenas para o que ele é destinado. Também estamos orientando os farmacêuticos sobre o uso indiscriminado”, explica.