31/01/2022 às 15h12min - Atualizada em 31/01/2022 às 15h12min
Especialista defende aprovação urgente do Plano Diretor antes que "Goiânia morra"
Urbanista e arquiteto, Paulo Renato Alves participa de audiência pública nesta segunda-feira e diz que capital está na "UTI" à espera de "remédios" que já chegam "vencidos" Em audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia nesta segunda-feira (31), que discutiu o novo Plano Diretor da capital (PDG), o urbanista e arquiteto Paulo Renato Alves alertou para a demora na aprovação do projeto durante fala de 5 minutos no plenário da Casa de Leis. “Goiânia está na UTI e precisa desse remédio urgente, senão morre”, disse, ao fazer analogia do atraso do plano, que está em discussão desde 2017, a um paciente em estado terminal num hospital. Paulo Renato participou das discussões para o levantamento do novo PDG pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-Oeste (ITCO) em 2020. “Já participei de 12 audiências, mais de 20 reuniões técnicas, auxiliei o Paço Municipal e a Câmara de Vereadores, mas poucas pessoas fora do grupo entenderam o plano”, detalhou o especialista. A audiência nesta segunda-feira ocorreu 25 dias após a aprovação do relatório final na Comissão Mista. Esse debate é realizado antes da votação em plenário, ainda sem data para ocorrer. Para esclarecer a importância do PDG e a sua aprovação, Paulo Renato aproveitou a fala na tribuna e deu como exemplo a situação de uma pessoa que faz check-up regularmente e descobre uma doença. “A cidade seria uma pessoa que vai ao hospital a cada 10 anos fazer um check-up - pela lei, o Plano Diretor precisa ser revisto a cada década. Nesse caso, a unidade de saúde é a Prefeitura e os médicos são os técnicos que realizaram o diagnóstico. Daí, descobrem que o paciente tem vários tumores e os médicos indicaram os remédios (o novo PDG)”, descreve o especialista, que continua: “O paciente fica assustado, e procura outro hospital e médicos para outra avaliação, que seriam a Câmara e os vereadores, que encontram as mesmas doenças, mas indicam outro tratamento”. O urbanista termina dizendo que os médicos dos dois hospitais se uniram em uma comissão e chegaram a uma única receita: o novo Plano Diretor com as emendas. “O que mais me preocupa é que os exames que detectaram os tumores foram feitos em 2017 e até hoje o paciente não tomou remédio - colocar as novas regras em prática. A cada dia surgem novos médicos, que indicam novos tratamentos alternativos que não foram testados, ou charlatões trazendo receita caseira para curar tumor”, alerta. Para Paulo, Goiânia está na UTI pedindo socorro. “Estamos vendo cidades do entorno crescerem e a capital definhando no hospital. Se a gente não agir rápido, esse paciente morre”, sentencia. O especialista saiu da tribuna aplaudido.