10/02/2022 às 11h17min - Atualizada em 10/02/2022 às 11h22min

Especialista alerta para a discrepância entre o novo índice de correção de aluguéis e a realidade de Goiânia

Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), lançado pela FGV, acompanha preços de contratos firmados, ajustados e reajustados em 2021 de apenas 4 capitais; Goiânia está fora

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) lançou neste ano o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), que passa a integrar o grupo de outros indicadores calculados e divulgados pela instituição, a exemplo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O novo índice se mostra uma opção para as negociações entre locatários e inquilinos. De acordo com a FGV, o IVAR tem como objetivo medir a evolução dos preços de alugueis e preencher uma lacuna nas estatísticas nacionais do setor. O índice deve ser divulgado mensalmente, utilizando informações dos contratos assinados entre locadores e locatários, intermediados por empresas administradoras de imóveis. No entanto, o indicador não é uma unanimidade no setor imobiliário. O especialista em mercado imobiliário e diretor de operações da URBS Imobiliária, Marcell Castro, alerta que o IVAR não representa o país em sua totalidade e, portanto, não pode afirmar se será utilizado em todas as regiões, por apresentar dados discrepantes.  “Esse é um ponto que nos gera preocupação, o fato de o índice levar em conta apenas as quatro maiores capitais do País. Essas cidades têm características parecidas, no entanto, não refletem a realidade do País como um todo”, afirma Castro. O novo indicador foi calculado de forma setorial com base em 10 mil contratos de locação de imóveis em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. O resultado do novo estudo foi de -0,61% em 2021. “Em Goiânia, por exemplo, a realidade é diferente de outras cidades como as consideradas pelo IVAR. Aqui, o impacto da pandemia foi um pouco menor, pela força do agronegócio, diferentemente das capitais analisadas. O índice não reflete a nossa realidade”, ressalta Marcell. Desde o início da crise econômica, com a pandemia da Covid-19, os locadores precisaram negociar seus contratos com proprietários, deixando de lado o IGP-M - o mais utilizado nas transações imobiliárias - que no acumulado dos últimos doze meses teve alta de 16,91%. “A gente acredita que o IGP-M realmente está alto, ele não reflete a realidade, mas existem outros índices como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi o indicador aplicado em Goiânia em 2021. Ele é mais compatível e teve uma boa adesão, com variação em torno de 10% no acumulado dos últimos doze meses”, diz. Projeto de lei Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 631/2021 para que o reajuste de aluguel 2022 para imóveis residenciais e comerciais não ultrapasse o IPCA (índice oficial da inflação), até o fim do ano que vem. O projeto tem como finalidade evitar o encarecimento desproporcional de locações. A disposição prevê o teto de negociação baseado apenas no IPCA, apesar de – na prática -, a referência para a maioria dos contratos de aluguéis nos últimos anos vem sendo o IGP-M. No entanto, como o próprio nome aponta, o indicador leva em consideração preços que envolvem vários setores, com bastante influência do dólar e pouco relacionado ao custo da moradia em si. Nos últimos dois anos, o IGP-M subiu quase 50%.


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