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09/06/2022 às 11h21min - Atualizada em 09/06/2022 às 11h21min

Governo de Goiás realiza captação de órgãos para transplante no Hugol

Em dia histórico para a doação de órgãos em Goiás, equipes do hospital e profissionais de São Paulo e Brasília fazem captação com apoio logístico e de aeronave disponibilizada pelo Estado

Com o apoio logístico do Governo de Goiás, equipes médicas de São Paulo e Brasília vieram à Goiânia para a captação de órgãos de um adolescente de 14 anos que estava internado no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). O procedimento foi realizado nesta terça-feira (07/06). A gerente de Transplantes da SES, Katiúscia Freitas explicou que o jovem sofreu trauma após um acidente doméstico e teve morte encefálica determinada em protocolos rígidos, por três médicos distintos. “Uma família atendida no Hugol transformou a perda de um filho em um ato nobre em favor de desconhecidos que aguardam na fila de transplantes por uma esperança de vida”.

A Gerência de Transplantes da SES e a equipe do Hugol estiveram mobilizadas juntamente com as equipes vindas de São Paulo, para captação de coração e pulmão; de Brasília, captação de fígado e de Goiás, que implantará os rins e, ainda a equipe da Fundação Banco de Olhos, que transplantará córneas.

O Governo de Goiás disponibilizou helicóptero e batedores no apoio logístico de transporte. “Cada doação de órgãos é uma história de dor transformada em amor e solidariedade”, reforçou Katiúscia. Com a captação realizada no Hugol, sete pessoas sairão da fila de transplantes.

A médica coordenadora da UTI pediátrica do Hugol, Teresa Godinho destacou a relevância da decisão tomada pela família doadora. “Não tem como não se emocionar quando a família decide fazer esse gesto e diante da imensa dor de perder um filho tão jovem, decidir pensar em outras pessoas. Para mim, foi muita emoção presenciar esse ato tão nobre, o mais impactante que já vivenciei na medicina”, relatou.

Durante todo o protocolo de morte encefálica, a família foi acolhida e acompanhada por médicos, enfermeiros e psicólogos. “É importante frisar que não existe convencimento, e sim uma orientação sobre o direito de fazer a doação. As famílias ficam livres para tomarem sua decisão sob orientações claras e percebemos que, mesmo em sofrimento pela perda, se sentem confortadas por saberem que darão vida a outras pessoas”, explica Lucijane Martins.

Dia histórico
De janeiro a maio deste ano, o Hugol foi o maior notificador e captador de órgãos no Estado, segundo dados da Gerência de Transplantes. Pela primeira vez desde 2018, o hospital voltou a fazer captação de pulmão. “Para nós é um dia histórico, tem muitos profissionais que nunca viram uma cirurgia dessas; é um órgão difícil de ser captado, por causa da questão da oxigenação, traumas ou infecções por ventilação mecânica. Estão mobilizados sete médicos de diferentes Estados, dois perfusionistas e mais equipes circulantes do centro cirúrgico, profissionais da Gerência de Transplantes e equipe da Organização de Procura de Órgãos”, explica Lucijane Martins, supervisora da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hugol. 

De acordo com a Gerência de Transplantes da SES até maio deste ano foram registrados 200 casos de morte encefálica, que resultaram em 27 doações. No mesmo período de 2021 foram 39. Em Goiás, 1.500 pessoas aguardam por um transplante. “A recusa das famílias de janeiro a maio foi de 70%, muito alta. Temos equipes habilitadas e hospitais aptos com toda estrutura operacional para reduzirmos essa fila. Contamos com a solidariedade dos doadores que podem informar suas famílias desse desejo”, ressaltou Katiúscia Freitas.


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