Três servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) foram afastados de suas funções após conclusão de investigações conduzidas pela Polícia Civil. Eles são suspeitos de cancelar mais de 12 mil multas de forma indevida, além de cometer fraudes na renovação e transferências de pontos da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
As apurações tiveram início e 2019 e precisaram ser divididas em duas operações, as quais foram encerradas nesta semana. Mandados de busca e apreensão foram executados em Goiânia e municípios do interior de Goiás, como Jataí e Cidade de Goiás.
Conforme expõe a PC, os sistemas de informática do Detran eram usados para cancelar as multas ou transferir os pontos recebidos por cometer infrações de trânsito de forma a evitar a suspensão ou perda da carteira de motorista pelo excesso de pontos. Agentes verificaram que 12.362 multas foram fraudadas. Em um dos casos, os pontos foram transferidos para a carteira de um motorista que já havia falecido.
Na época das investigações, os gestores do Detran tiveram conhecimento das fraudes e determinaram o relançamento das multas aos motoristas que cometeram as infrações, além de acionar a polícia para investigar a situação.
A equipe descobriu ainda que um homem mantinha contato com os servidores e encaminhava seus clientes para determinada clínica, que, por sua vez, facilitava a aprovação nos exames médicos exigidos para renovar a CNH.
As fraudes também aconteciam em cidades do interior do estado. Chamou a atenção da polícia que os moradores de Jataí se deslocavam até a Cidade de Goiás, a 400 km distância, apenas para realizar os exames de renovação da CNH.
Outros dois agentes do Detran responsáveis por fazer consultas e adiantar serviços para o homem, mediante pagamentos como retribuição, também são investigados.
A investigação foi dividida em duas etapas e denominadas Operações Culpare Mortuos e Medical Report. Ao todo foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, afastamento da função de 3 servidores e suspensão das atividades de uma clínica médica. Um Centro de Formação de Condutores e dois médicos foram proibidos de realizar exames voltados para renovação de CNH até o término das investigações.
Os autos foram encaminhados para o Poder Judiciário e os indivíduos poderão ser responder pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção ativa e passiva e por falsidade ideológica