O empresário Elon Musk, CEO do Twitter, disse neste domingo (6.nov.2022) que analisará os casos de perfis censurados da rede social no Brasil. Por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), contas de políticos estão sendo derrubadas por cobrarem a Corte sobre dúvidas acerca do sistema eletrônico de votação.
“Eu darei uma olhada nisso”, declarou o bilionário em resposta ao comentarista Paulo Figueiredo Filho, da Jovem Pan News.
Antes, ele questionou outro usuário que reclamou da “censura ideológica draconiana” contra “o direito do povo brasileiro à liberdade de expressão”. Musk respondeu: “A que censura você está se referindo?”.
Eis os tweets:
Em seguida, o coordenador de comunicação da campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, Fábio Wajngarten comentou a fala do empresário. “To confuso. Se o @elonmusk questionar o processo eleitoral do Brasil, ele será banido do Twitter ou o Twitter será banido do Brasil?”, escreveu em seu perfil na rede social.
As manifestações trazidas ao novo dono do Twitter se deram depois que perfis de políticos foram censurados por levantarem dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Um deles foi o do economista Marcos Cintra, candidato a vice-presidente na chapa de Soraya Thronicke (União Brasil) nas eleições de 2022.
Ele reproduziu questionamentos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no 2º turno por Luiz Inácio Lula da Silva (PL). Disse que não concorda com o atual chefe de Estado, mas que suas preocupações merecem respostas por parte da Corte Eleitoral.
Cintra disse que não há explicação para que Lula tenha obtido 100% dos votos em centenas de urnas no Brasil. Segundo o ex-secretário da Receita Federal, Bolsonaro não teve tal desempenho em nenhuma urna.
Na realidade, houve 144 urnas em que Lula teve 100% dos votos e 3 urnas nas quais 100% foram para Bolsonaro. Esse fenômeno de em alguns lugares específicos haver 100% dos votos para algum candidato ocorre em várias eleições. Por si só, esses casos não são indicação de fraudes.
Depois dos tweets de Cintra, o TSE mandou suspender seu perfil na plataforma. O presidente do Tribunal, Alexandre de Moraes, deu 48 horas para que a Polícia Federal colhesse um depoimento do economista.
Além de Cintra, perfis bolsonaristas foram censurados por decisões da Corte. Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado mais votado do país, teve a conta suspensa na 6ª feira (4.nov).
Atual vereador em Belo Horizonte, Nikolas transcreveu uma live do argentino Fernando Cerimedo questionando a seguranças das urnas eletrônicas.
As alegações não são verdadeiras. Em maio, a Comissão Avaliadora do TPS (Teste Público de Segurança) emitiu relatório comprovando a segurança e integridade do sistema.
As Forças Armadas e outras 3 entidades fiscalizadoras também assinaram a zerésima dos sistemas de totalização de votos no último domingo (30.out). O documento serve para comprovar que não há nenhum voto computado na máquina antes do início da votação.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) também teve as suas contas nas redes sociais suspensas. Segundo ela, a suspensão se dá por uma decisão do TSE, mas não há nada publicado no site da Corte Eleitoral. As decisões sobre a derrubada das contas da congressista nas redes sociais estão sob sigilo.
Entre outros congressistas sancionados, estão os deputados Coronel Tadeu (PL-SP) e Major Vitor Hugo (PL-GO).
