10/11/2022 às 09h41min - Atualizada em 10/11/2022 às 09h41min

Caso Valério Luiz: Maurício Sampaio é condenado a 16 anos de prisão

Julgamento terminou nesta quarta (9/11)

José Abrão
A Redação
Maurício Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado por ser o mandante do assassinato do jornalista Valério Luiz.

Após oitivas de testemunhas e interrogatórios dos réus, o terceiro dia do julgamento do caso Valério Luiz, nesta quarta-feira (9/11), no plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), teve o debate entre a acusação e a defesa dos réus, que se prolongou ao longo de nove horas.

 

Dos 5 réus, 4 acompanharam o júri presencialmente: o empresário Maurício Sampaio, tido como mandante do crime; Ademá Figueredo Aguiar Filho, sargento da Polícia Militar e suposto atirador; Djalma Gomes da Silva e Urbano de Carvalho Malta, apontados como articuladores. Apenas Marcus Vinícius Pereira Xavier, também apontado como participante do crime, não acompanha presencialmente.

Ele vive atualmente em Portugal e é representado no júri por seu advogado.

 
Por volta das 21h40, o conselho de sentença se reuniu. Às 23h35, o juiz retomou a sessão e pronunciou a sentença. Dos cinco réus, quatro foram condenados e apenas Djalma Gomes da Silva foi absolvido.
 
A Maurício Sampaio foi atribuído grau de culpabilidade intenso pelo crime ter sido premeditado com propósito de calar a vítima utilizando de sua influencia e poder econômico com contexto grave, como represália. Pena de 16 anos em regime inicial fechado.
 
O juiz também salientou que Ademá, como policial militar, devia garantir segurança pública, utilizou seu preparo e perícia com armas para executar a vítima de forma vil. Também foi condenado a 16 anos de reclusão inicial fechado.
 
Urbano e Marcus Vinicius foram condenados a 14 anos cada um. Marcus, por morar fora do Brasil, foi incluído na divisão vermelha da Interpol. Lourival Machado da Costa então decretou prisão e recolhimento imediato dos réus.
 
Tensão
Ao longo desta quarta, os ânimos chegaram a se exaltar devido a manifestações dos presentes no plenário durante os depoimentos e o juiz Lourival Machado teve que esvaziar o salão, deixando apenas a imprensa e os envolvidos no caso presentes.
 
O promotor Maurício Camargo confrontou a argumentação da defesa, dizendo que as provas não foram adulteradas e que os réus tiveram sim participação no caso. Ele salientou que havia uma hostilidade anterior e premente entre Sampaio e Valério Luiz.
 
O advogado Valério Filho, que atua como assistente de acusação, tocou na mesma tecla, salientando que um julgamento não se prolonga por uma década tendo por base falsas evidências. Valério Filho também relatou que o pai temia pela própria vida no mês anterior à sua morte e que havia começado a andar com um taser, uma arma de choque não letal, para se proteger, com medo de ser atacado.
 
Por fim, o juiz também aproveitou a oportunidade para desabafar sobre o caso, lembrando todo o assédio que sofreu por parte dos réus, especialmente de Maurício Sampaio. “Reviraram minha vida. A troco de quê?”, refletiu.
 
O caso
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 5 de julho de 2012, por volta das 14h, o cronista esportivo Valério Luiz de Oliveira foi baleado com cinco tiros dentro do seu carro, quando saía da emissora de rádio que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. O crime teria sido motivado por comentários negativos feitos por Valério Luiz em relação a Sampaio, então vice-presidente do Atlético-GO.
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