PM alegou que a vítima teria ofendido sua esposa durante uma discussão pelo uso de um aparelho
O policial militar que foi filmado agredindo uma jovem em uma academia de Goiânia compareceu à delegacia para prestar depoimento na manhã de quinta-feira (2). Em sua versão sobre o ocorrido no estabelecimento antes de ter dado um soco na jovem, o PM alegou que a vítima teria ofendido sua esposa durante uma discussão pelo uso de um aparelho.
O caso aconteceu em uma academia do Setor Central, em Goiânia. O Mais Goiás não localizou a defesa do policial. Já a jovem relatou ele a agrediu porque a mulher dele queria fazer exercício em aparelho que ela estava.
A Polícia Militar emitiu uma nota informando que o policial estava fora de serviço no momento em que ocorreu a agressão. Além disso, foi determinada a instauração de um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do incidente e todas as providências cabíveis foram tomadas.
A vítima agredida afirma que já havia visto o policial antes do incidente, mas não o conhecia. Ela relata que momentos antes da agressão, informou à esposa do policial que estava utilizando o aparelho, mas estava descansando no intervalo entre as séries de exercícios.
A vítima relatou que a esposa do policial voltou para perto do marido e começou a dizer que a estudante não estava treinando, apenas mexendo no celular. Quando a jovem se manifestou, explicando que estava descansando entre as séries de exercícios, o homem passou a encará-la intensamente, o que a incomodou a ponto de deixar o aparelho.
Mesmo após sair do aparelho, a jovem diz que o policial continuou a encarando, até que ela foi encontrar os amigos dela. Pelo vídeo, é possível ver que, enquanto conversava com os rapazes, o policial foi até ela.
Conforme relatado pela polícia, o policial militar narra outra versão dos fatos. Em depoimento, ele afirmou que a ofensa ocorreu enquanto ele, sua esposa e outra mulher esperavam para usar o aparelho que a estudante estava utilizando. Segundo ele, antes de ofender sua esposa, a jovem teria chamado outra mulher que esperava para usar o aparelho de ‘gorda’.
À corporação, o policial militar alegou ter se dirigido ao local onde a estudante estava com amigos apenas para dizer que ela deveria ter cuidado e ter mais respeito, uma vez que não tinha o direito de ofender ninguém por causa de suas características físicas.
O homem também negou ter encostado na barriga da estudante e alegou que ela quem teria iniciado as agressões.
Em nota, a academia Bluefit disse que não compactua com atitudes de agressão e que o homem não faz mais parte do quadro de alunos da academia.
“A Bluefit não compactua com nenhuma atitude de agressão, repudiamos todo e qualquer tipo de violência. A equipe da unidade está prestando todo o suporte necessário à vítima. Além disso, o agressor não faz mais parte do quadro de alunos da academia.”
“A PMGO informa que após tomar conhecimento dos fatos, determinou a instauração de um procedimento administrativo para fins de apurar as circunstâncias que envolveram o ocorrido, bem como adotou todas as providências cabíveis.”
