No dia 3 de maio deste ano, Cristófaro participava de forma remota de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos, na Câmara Municipal de São Paulo. Como o microfone do vereador estava aberto, o áudio da fala dele com outra pessoa acabou vazando para a reunião. A frase ouvida durante a sessão foi “Não lavaram a calçada, é coisa de preto, né?”.
No dia seguinte (4 de maio), o PSB, partido ao qual o vereador era filiado na épica, desfiliou Cristófaro, após receber pedidos de punição de outros membros. O vereador informou que já havia pedido para sair do partido, conforme ofício enviado ao presidente do diretório estadual, Jonas Donizette, dias antes. Assim, o vereador foi desfiliado antes da abertura de uma investigação na Comissão de Ética do partido.
Quando questionado pela Agência Brasil sobre o ocorrido, Cristófaro negou que tenha sido racista e se referiu ao episódio como uma “brincadeira”. “Eu não sou racista. Setenta por cento de quem me acompanha são afros. Foi uma brincadeira infeliz com um deles, meu irmão de coração, e que, mesmo ele sendo meu amigo há décadas, eu reconheço: fui infeliz, mas racista nunca”, disse.
No dia 20 de maio foi publicada no Diário Oficial da capital paulista a decisão de abertura de processo disciplinar contra o vereador, depois de passar pelo plenário. Para ser aprovado o procedimento necessitava da aprovação de 28 dos 55 vereadores, o que ocorreu no dia 24, quando 51 vereadores votaram a favor da admissibilidade do processo de cassação. Em seguida o processo voltou para a Corregedoria para que as testemunhas e a defesa do parlamentar fossem ouvidas e ele pudesse se defender.
Em julho, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) absolveu Cristófaro. No entendimento da Corte, que citou o inciso III do Artigo 386, a atitude do vereador não configurou crime.