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25/06/2024 às 11h39min - Atualizada em 25/06/2024 às 11h39min

Cerca de 20 milhões de brasileiros são diabéticos

Neste Dia Nacional do Diabetes especialista fala sobre cuidado com carboidratos, consumo de açúcar e tratamentos

De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil 2023, o diabetes atinge 10,2% da população. Considerando o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicando que a população brasileira é formada por 203.080.756 pessoas. Isso indica que a estimativa de pessoas com diabetes no país seria de aproximadamente 20 milhões. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que mais de 46% da população não sabem que têm a doença. E para chamar atenção de todos para o problema, 26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes.

Essa é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte. Um ponto que todos sabem sobre a enfermidade é que o consumo de açúcar é prejudicial.

A endocrinologista Thaís Castanheira de Freitas Resende, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, lembra que os diabéticos devem buscar substituir açúcar por adoçante. “O consumo de açúcar livre na dieta dificulta o controle da doença e é desencorajado. Os hábitos alimentares que prejudicam o controle do diabetes são os rotineiros, o paciente não deve ter como rotina se alimentar de refrigerantes, chocolates, bolachas e etc. Mas eventualmente, o consumo esporádico desses alimentos é tolerado e, por não ser algo frequente, não terá impacto relevante no tratamento”, destaca.


Carboidratos

No entanto, um ponto que poucas pessoas sabem é que o consumo de carboidratos também pode fazer mal para todos e levar ao desenvolvimento da doença. “O consumo excessivo de carboidratos é deletério para pessoas com e sem diabetes. O carboidrato em excesso será ‘armazenado’ no nosso organismo em forma de gordura, acrescendo peso e colaborando para obesidade e todas as consequências que essa gera. Além disso, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de pré-diabetes e diabetes”, pontua a médica.

Thaís Castanheira explica que o consumo de carboidratos precisa ser moderado. “O que é deletério é o consumo excessivo de carboidratos. Não se recomenda a eliminação deste na dieta, mesmo em pacientes diabéticos. Recomenda-se uma dieta balanceada, obedecendo a proporção de carboidratos 55%, gorduras 35% e proteínas 20% das calorias consumidas no dia. Estimula-se também o uso de carboidratos do tipo integrais, apesar deles também serem fontes de glicose, contém mais fibras, são menos processados e, portanto, conferem mais saciedade”.

 
Tratamento

A especialista salienta que atualmente o tratamento do diabetes depende do tipo da doença que a pessoa tem. “Para pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 o tratamento é através do uso de insulina, que pode ser aplicada através de seringas, canetas e bomba de infusão contínua de insulina. Para os pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, cujo pilar é a resistência à ação da insulina, o tratamento inicial é medicamentoso, porém, pode haver necessidade de insulina em algum momento. Independente do tipo de diabetes, as mudanças de estilo de vida, como realização de exercícios, melhora da dieta, cessar tabagismo e etilismo são de grande valia para alcançar o melhor controle”.

Por sua vez, em relação aos remédios, a endocrinologista conta que existem novidades, principalmente sobre os medicamentos que auxiliam não só no controle do diabetes, mas também na perda de peso. “A obesidade muitas vezes anda junto com o aparecimento do diabetes e o controle do peso é um dos pilares do tratamento. Algumas medicações já estão no mercado, como a liraglutida e semaglutida, que atuam nessas duas frentes e têm mostrado grandes resultados. Aguarda-se para os próximos meses novas medicações, como a Tirzepatida, cujos resultados em artigos científicos são muito animadores”, exemplifica Thais Castanheira.


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