“A Rússia propôs estender a presidência do Brasil e da presidente do banco, Sra. Rousseff. Tendo em mente que este ano o Brasil preside o G20, no próximo ano ele nos tirará o bastão e liderará o Brics”, afirmou o presidente da Federação Russa.
“Não queremos transferir todos os problemas que estão associados à Rússia para instituições em cujo desenvolvimento nós próprios estamos interessados. Nós lidaremos com nossos problemas e cuidaremos deles nós mesmos”, completou Putin em coletiva de imprensa após o encerramento da 16º Cúpula dos Brics, em Kazan, na Rússia.
A Agência Brasil questionou a assessoria da ex-presidenta Dilma se ela tem interesse em continuar à frente do banco, que tem sede em Xangai, na China. Porém, não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
De acordo com as regras do banco, cada país membro do Brics indica o presidente da instituição para mandatos de cinco anos. Pelo rodízio entre os países membros, a próxima indicação para presidência do NDB é da Rússia.
A ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff assumiu a chefia do banco em março de 2023, entrando no lugar de Marcos Troyjo, também brasileiro e indicado pelo governo de Jair Bolsonaro. Com o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi trocada a presidência do Banco dos Brics e Dilma assumiu.
O NDB tem atualmente cerca de 100 projetos financiados que somam aproximadamente US$ 33 bilhões. O banco tem um papel central na estratégia do bloco de ampliar os investimentos nos países do bloco e do Sul Global.
Na cúpula do Brics deste ano, Dilma Rousseff foi recebida pelo presidente Vladmir Putin e defendeu a expansão do grupo e o uso de moedas locais para o financiamento dos países.
“Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada”, afirmou Dilma Rousseff, na ocasião.