Crédito: HMAP O sistema circulatório é fundamental para a saúde de todo o corpo, mas muitas vezes os sinais de alerta passam despercebidos. Inchaço, dores nos membros, cansaço, cãibras, formigamento, cicatrização lenta de feridas e palidez nos pés podem indicar problemas nos vasos sanguíneos. Sem a devida atenção e tratamento, essas condições podem evoluir para quadros graves, como trombose e AVC, colocando em risco a vida do paciente.
Neste cenário, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade pública administrada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, desempenha um papel crucial, oferecendo diagnósticos precisos e cirurgias vasculares para a população. Desde junho de 2022, o HMAP já realizou mais de 1.785 procedimentos, o que corresponde a cerca de 30% dos exames e cirurgias realizados na ala de hemodinâmica da unidade.
O hospital está preparado para realizar desde procedimentos mais simples, como arteriografias e angiografias, até os mais complexos e de alto custo, como a colocação de endoprótese de aorta torácica, indicada para casos de aneurisma. “É um procedimento que não é comum no SUS por desafios relacionados ao alto custo do material e a necessidade de mão de obra especializada. O anestesista, por exemplo, ele precisa fazer o coração bater de forma um pouco mais lenta, com a pressão um pouco mais baixa para evitar que a prótese seja empurrada e se desloque”, explica o médico Juliano Santos, referência técnica do HMAP em cirurgia vascular.
Entre as condições mais comuns tratadas no HMAP estão as tromboses, caracterizadas por entupimentos dos vasos sanguíneos, especialmente em pacientes que fumam e/ou que têm diabetes, hipertensão e colesterol elevado. "Placas de gordura se acumulam e obstruem os vasos, assim como ocorre nas artérias do coração. Isso pode comprometer a circulação e, em casos graves, levar à perda de um membro devido à necrose", explica Juliano. Para evitar essas complicações, o hospital realiza angiografias, que permitem mapear a circulação e identificar as obstruções, orientando a escolha entre angioplastia, via cateterismo, ou cirurgia aberta, ambos procedimentos realizados no HMAP. De 2022 até hoje, foram realizadas 310 angioplastias periféricas, procedimento para tratar a trombose, o que representa 17,3% do total de procedimentos da cirurgia vascular no setor de hemodinâmica da unidade.
Outro procedimento importante realizado na ala de hemodinâmica do HMAP é a angioplastia de carótidas, artérias que levam sangue ao cérebro. Quando obstruídas por placas de gordura ou estreitadas, essas artérias podem causar um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, que, além de ameaçar a vida, pode gerar sequelas graves, como dificuldades motoras e alterações na fala.
Hemodinâmica Implantada em julho de 2022, a ala de hemodinâmica do HMAP realiza importantes procedimentos, como cateterismos, implantação de stents, marca-passo definitivo e outras intervenções relacionadas à saúde cardiovascular. Antes da criação dessa unidade, pacientes de Aparecida de Goiânia (GO) com infartos ou problemas circulatórios enfrentavam longas esperas por vagas de internação em outras cidades. Agora, além dos moradores de Aparecida, o hospital atende tanto casos eletivos quanto emergenciais de outras 26 cidades da macrorregião estadual Centro-Sul, proporcionando um impacto significativo na saúde regional.
Juliano Ricardo Santana dos Santos, médico especialista em cirurgia vascular (CRM: 12725 / RQE: 7984 / RQE: 9267) Sobre o HMAP O Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP) foi inaugurado em dezembro de 2018 e é o maior hospital do Estado feito por uma prefeitura. Administrado pelo Einstein desde junho de 2022, foi construído numa área superior a 17 mil metros quadrados, onde atua com mais de 1.100 colaboradores para o atendimento de casos de alta complexidade, incluindo hemodinâmica e cirurgia bariátrica, além de várias especialidades cirúrgicas e diagnósticas. A estrutura contempla 10 salas de cirurgia e 235 leitos operacionais, sendo 10 de UTI pediátrica, 39 de UTI adulto, 31 de enfermaria pediátrica, e 155 leitos de clínica médica/cirúrgica.
Trata-se da primeira operação de hospital público feita pelo Einstein fora da cidade de São Paulo. Nos primeiros seis meses de gestão, as filas de UTI da unidade foram reduzidas consideravelmente e a capacidade de atendimento dos leitos, dobrada. Já as longas filas de espera para cirurgias eletivas foram diminuídas em menos de um ano, feito alcançado graças a iniciativas como mutirões cirúrgicos, que priorizaram demandas urgentes. O tempo de permanência dos pacientes no hospital também foi reduzido de 9,5 para 5 dias. Em relação à mortalidade, em junho de 2022 a taxa era de 15,33% e, seis meses depois, de 3,6%.