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25/04/2022 às 23h38min - Atualizada em 26/04/2022 às 00h00min

Documentos revelam que Fhemig tinha conhecimento de problemas no Hospital Júlia Kubitschek em BH desde março

Servidores fizeram protesto no último sábado, cobrando melhorias; pacientes denunciam superlotação de UPA da região.

G1 Brasil
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/04/25/documentos-revelam-que-fhemig-tinha-conhecimento-de-problemas-no-hospital-julia-kubitschek-em-bh-desde-marco.ghtml

Servidores fizeram protesto no último sábado, cobrando melhorias; pacientes denunciam superlotação de UPA da região. Pacientes da UPA Barreiro cobram a reabertura da emergência no Hospital Júlia Kubitscheck
Situação crítica na escala de plantão da obstetrícia, fechamento imediato de ambulatórios vinculados à maternidade, remanejamento de profissionais e interdição de leitos. As denúncias fazem parte de documentos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) aos quais a TV Globo teve acesso nesta segunda-feira (25) e evidenciam o estado de abandono do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), na Região do Barreiro, em Belo Horizonte.
As primeiras constatações foram datadas no dia 25 de março deste ano, na área de obstetrícia. No dia 31 de março, seis dias depois, a Fhemig reconheceu a falta de profissionais de outros setores e solicitou o remanejamento dos servidores.
Servidores e comunidade protestam contra fechamento de PA no Hospital Júlia Kubitschek
Reprodução/TV Globo
Outro documento, desta segunda-feira, mostra que, dos 40 leitos de CTI do hospital, quatro estão livres, seis ocupados e 30 estão interditados. Segundo os servidores, o motivo é a falta de profissionais.
O serviço de urgência no HJK foi fechado em março de 2020 para priorizar o atendimento de casos de Covid-19. Desde então, toda a demanda da região migrou para a UPA Barreiro.
No último sábado (23), manifestantes se reuniram em frente ao HJK em protesto pela reabertura do pronto atendimento. Denunciaram a escassez de insumos básicos como compressas, agulhas e seringas, além do atraso nas obras de reforma de duas enfermarias, com 100 leitos, e de um bloco cirúrgico.
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A Fhemig informou que o ambulatório de saúde da mulher no Hospital Júlia Kubitschek realizou remanejamento de médicos obstetras para a composição de escala de plantão da maternidade.
Afirmou que, com a melhoria dos índices epidemiológicos ocorrida nas últimas semanas, a unidade passa, no momento, por uma reorganização temporária. Disse que a meta é manter os 40 leitos de UTI abertos durante a pandemia e ampliar o bloco cirúrgico, que está com 75% das obras concluídas e a entrega está prevista para junho deste ano.
A nota afirma também que o HJK está captando profissionais por meio de processos seletivos simplificados para a recomposição das equipes.
UPA Barreiro
Pacientes aguardam em pé por falta de acomodação na UPA Barreiro em BH
Reprodução/TV Globo
Sem a urgência no HJK, referência na região, a UPA fica sobrecarregada. Nesta segunda-feira, a unidade estava sem cadeiras para acomodar todos os pacientes. Após a triagem, aqueles que foram classificados como casos leves e receberam as fitas verdes, esperaram até seis horas por atendimento.
Pacientes relatam ter passado o final de semana no local. Desde a última sexta-feira (22), a unidade permaneceu lotada.
“Atendimento lento. Cheguei aqui sexta-feira, 11 horas da manhã, e estou aqui até hoje. Meu pai chegou com uma vértebra da coluna trincada. Fez raio-x e agora está aguardando tomografia desde sexta-feira. A liberação saiu hoje [segunda-feira]”, contou a dona de casa Liziane Vieira, que acompanha o pai na internação da UPA Barreiro.
Seu Carlos Antônio Garandy também contou ter dificuldades para receber um diagnóstico. Procurou atendimento pela terceira vez em dez dias. Sente dores no abdome e está com mãos e olhos amarelados. Só é classificado como não urgente e está sem opções.
“Eu não sei o que vou fazer. Fiz uma cirurgia no Júlia [HJK] há dois anos e meio. Entrou a pandemia, eu tenho que direcionar novamente ao Júlia e não estou conseguindo entrar”, afirmou.
A Prefeitura de Belo Horizonte informou que, nesta segunda-feira, um médico escalado para o plantão apresentou atestado médico.
Afirmou também que, para o plantão diurno, a UPA Barreiro conta com 7 médicos, sendo 4 clínicos, 2 ortopedistas e 1 pediatra.
Ainda em nota, a PBH afirmou que nesta segunda, a demanda de casos leves, de pacientes classificados como verde, tem sido maior. Isso impacta no tempo de atendimento. A unidade prioriza o atendimento de pacientes mais graves, o que pode impactar no tempo de espera para os casos menos graves.
O município disse que há um concurso em andamento, com previsão de homologação para o final do mês de abril. E afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde mantém ativo um banco de currículos para contratação imediata de médicos. Os interessados devem acessar o site da Prefeitura de Belo Horizonte para realização do cadastro.
Os vídeos mais vistos do g1 Minas:

Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/04/25/documentos-revelam-que-fhemig-tinha-conhecimento-de-problemas-no-hospital-julia-kubitschek-em-bh-desde-marco.ghtml

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