Ricardo Nicolau esteve no estúdio no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi entrevistado pelos jornalistas Lane Gusmão e Fábio Melo. Ricardo Nicolau, candidato ao governo do Amazonas, é entrevistado pela Rede Amazônica
O candidato ao governo do Amazonas, Ricardo Nicolau (Solidariedade), foi entrevistado ao vivo no Jornal do Amazonas 1ª edição desta segunda-feira (12).
A participação do candidato faz parte de uma série de entrevistas que a Rede Amazônica realiza com os cinco candidatos ao governo do Estado mais bem colocados na pesquisa do Ipec divulgada em 24 de agosto, de acordo com o seguinte cronograma:
Dia 12/09: Ricardo Nicolau (Solidariedade)
Dia 13/09: Amazonino Mendes (Cidadania)
Dia 14/09: Carol Braz (PDT)
Dia 15/09: Wilson Lima (União Brasil)
Dia 16/09: Eduardo Braga (MDB)
Ricardo Nicolau esteve no estúdio no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi entrevistado pelos jornalistas Lane Gusmão e Fábio Melo. O candidato do Solidariedade tem como vice Cristiane Balieiro.
JAM 1 - Segundo o site da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), de janeiro a agosto deste ano, das 80 sessões ordinárias, o senhor esteve presente em pouco mais da metade, 45 sessões, o que lhe coloca entre os mais faltosos. Que garantia o eleitor terá de que se eleito, o senhor também não vai se ausentar dos compromissos governamentais?
O compromisso de governar é um compromisso de poder fazer com que possa mudar de verdade o Amazonas. O parlamento não se faz só de sessões plenárias. Eu sou o deputado que mais apresentou emendas para a saúde, eu apresentei mais de 1300 propostas. Eu sou o deputado que mais dei parecer e relatorias em comissão de assuntos econômicos. Eu sou um deputado que cumpri com a minha função. Quando fui presidente da assembleia, fui o deputado que fez concurso público, que levou a assembleia a todos os municípios do Amazonas, que criou a UniAleam, que a tripla certificação de qualidade.
JAM 1 - Levando em consideração que o governante precisa da maioria na Aleam para conseguir aprovar projetos de interesse, algo que seu partido, o Solidariedade, não tem, como o senhor fará para ter governabilidade caso eleito governador?
Os poderes precisam ser harmônicos porém independentes. O atual governador não elegeu um deputado porém, ele formou uma base de maioria. Então, esse é um processo natural de negociações políticas para que a gente possa ter a melhor governabilidade possível. Mas, o mais importante para governar, é você fechar e firmar compromissos com a população, porque a população está há 40 anos vendo uma forma de governar, um jeito de governar que não tem dado resultados positivos. Nós precisamos buscar os elementos necessários para fazer um governo que cumpra com seus compromissos, porque a população, de modo geral, já está cansada, ela já deu muitas oportunidades para esses mesmos, que estão agora tentando voltar, tentando permanecer, esperando que houvesse mudança e infelizmente não houve. Governar é poder fazer com que o governo do estado possa suprir as necessidades da população e é esse compromisso que nós queremos fazer. Um compromisso de mudar de verdade a vida das pessoas e mudar de verdade a forma de governar, e começar a construir um futuro muito melhor para todos.
JAM 1 - O senhor é deputado de cinco mandatos, e diretor de um hospital privado. Porém, na sua declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senhor afirma ter R$ 141 mil reais em bens. Na lista, há dois automóveis, um de R$ 29 mil e outro de R$ 69 mil, além de ações no valor de R$ 45 mil. O total declarado este ano é menor do que o informado ao TSE em 2020, quando o senhor concorreu ao cargo de prefeito. Naquele ano declarou patrimônio de R$ 296 mil. Candidato, o senhor empobreceu ou apenas não atualizou os dados com fidelidade?
Isso é uma grande prova que eu não consegui ficar rico com política, porque eu, como pessoa física, ganho um salário de deputado mas eu não consegui formar fortuna com a política. Então, engraçado é aqueles políticos que entram na política, ficam ricos na política e querem voltar para ficarem mais ricos. Eu não consegui formar fortuna como pessoa física. Nós temos uma atividade e empresa familiar. Dentro das nossas empresas familiares, que é 100% particular, que não tem convênio com o poder público, e nem queremos. Todo nosso patrimônio está no nome das nossas empresas, porque o Ricardo, pessoa física, não precisa pedir empréstimo, não faz operações bancárias. Então, todos os bens da nossa família estão no nome da empresa.
JAM 1 - O senhor cita muitas vezes no plano de governo o termo tecnologia, inovação e conexão. O Amazonas é o 25º estado em termos de infraestrutura tecnológica, no Brasil. Como o senhor pretende resolver, primeiro, essa questão da falta de acesso à conexão e tecnologia no estado?
Nós temos uma tecnologia já dominada, que é a a internet via satélite, que antigamente era muito cara. Inclusive, o Elon Musk veio ao Brasil e disse que queria investir em tecnologia na Amazônia, até de forma gratuita e ficou por isso mesmo, porque o governo não foi atrás. Tem possibilidades de colocar internet, banda larga nos municípios.
JAM 1 - Sobre a questão dos hospitais no interior. O senhor fala que vai aumentar o número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Mas como o senhor pretende fazer isso? Tem orçamento? O senhor fala em levar tecnologia para otimizar o atendimento no interior. Como se há cidades em que não há nem internet?
Quando se fala em levar saúde para o interior, é porque infelizmente a grande maioria dos serviços a população tem que vir a Manaus e o custo é muito alto, então, nós precisamos levar saúde para o interior. Como faremos isso: criar unidades que tenham médicos especialistas, para se ter ideia, não tem um município que tenha (realize) ressonância. Tomografia, não tem. Tem dificuldades até de raio-x, levar telemedicina. Pessoas que fazem hemodiálise precisam vir para Manaus para realizar os exames. Então é importante levar saúde para o interior porque automaticamente estamos ajudando Manaus, porque tira o número de pessoas em superlotação de Manaus. O orçamento da saúde é de R$ 5 bilhões; R$ 5 bilhões bem investidos conseguem sim levar saúde para o interior.
JAM 1 - Há uma previsão de 600 milhões de queda com a redução do ICMS por causa da arrecadação dos combustíveis. Se eleito, o senhor pretende manter o ICMS dos combustíveis em 18% ou vai retomar os 25% para aumentar a arrecadação?
A queda da arrecadação quanto ao ICMS da gasolina foi uma obrigatoriedade do Congresso Nacional, os estados poderiam fazer alíquota de 18% ou 17%, o governo do estado optou por fazer a alíquota maior, de 18%, automaticamente tem uma queda de arrecadação. Mas, o que é impressionante no Amazonas é que há um desgoverno na gestão, a corrupção leva bilhões de reais. Nós precisamos uma gestão de forma correta. [...] É preciso ter prioridade.
JAM 1 - O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) tem hoje cinco ou seis fiscais para atuar em todo o estado. O que o senhor pretende fazer para dar mais estrutura para este órgão?
Nós vamos reformular o Ipaam, mas vamos fazer um projeto para que a burocracia não atrapalhe o desenvolvimento. O Ipaam não pode ficar dois anos para liberar uma licença, todo procedimento será online, porque a burocracia não poderá atrapalhar o desenvolvimento e novos investimentos.
JAM 1 - O senhor fala que vai ativar as delegacias à noite e aos fins de semana. Como o senhor vai fazer isso? Vai ter concurso público? Em quais áreas? E para o interior do estado?
Nós precisamos criar concurso público e reorganizar o efetivo que existe. Delegacia não pode estar fechada porque crime não marca hora! Nós vamos aumentar o contingente de policiais. Vamos buscar policiais que estão à disposição de outros órgãos, nós vamos buscar para que fiquem nas ruas e dar segurança às pessoas.
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Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/eleicoes/2022/noticia/2022/09/12/ricardo-nicolau-candidato-ao-governo-do-amazonas-e-entrevistado-pela-rede-amazonica.ghtml