As mulheres brasileiras são boas de negócio sim, e quem diz isso são os números. De acordo com levantamento feito no ano passado pelo LinkedIn, com dados de 2019 e 2020, no Brasil, a porcentagem de novas empreendedoras aumentou 41%, entre um ano e outro, contra um crescimento de 22% em relação aos homens que começaram um novo negócio. Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), entre 2020 e 2021 o país tinha 52 milhões de empreendedores, deste total 57% (30 milhões) eram mulheres. O estudo mostrou também que entre Microempreendedores Individuais (MEIs), 48% correspondem ao público feminino. Tais dados fazem do Brasil o sétimo país do mundo com maior número de mulheres empreendedoras.
Segundo especialistas, uma boa parte dos negócios montados por mulheres parte de desafios e necessidades enfrentadas por elas em seu dia a dia. É o caso da empresária e dona da loja Cantinho do Cachorro no Shopping Estação Goiânia, Waldirene Glês Bertoldo Martins Silva. Ela conta que a história de sua empresa começou há 16 anos, quando procurava peças de vestuários para sua poodle, Mel. “Procurava roupinhas para a Mel, mas na época não encontrava muitas opções bonitas e em conta”, lembra.
Incomodada com a falta de opções que oferecessem, além de beleza, mais conforto para os pets, a Tia Wal, como hoje é mais conhecida, decidiu ela mesma produzir roupas e acessórios para sua filha de quatro patas. “Quando eu saía com ela, todo mundo elogiava e perguntava onde eu tinha comprado. Ao descobrirem que a produção era minha, as pessoas começaram a pedir para que eu vendesse também”, relata.
Oportunidade
Waldirene conta que na mesma época em que decidiu abrir a loja para fazer um teste com os seus produtos, ouviu falar da inauguração do Shopping Estação Goiânia, em formato de feira a céu aberto. “Quando eu fiquei sabendo dessa oportunidade, não pensei duas vezes e liguei para saber como funcionava. E lá estou até hoje: desde a barraca até a lojinha”, enfatiza a Tia Wal.
A empreendedora do ramo pet recorda que embora não seja a sua renda principal, a loja ajuda a preencher o vazio da perda de sua poodle Mel, falecida há três anos. “O meu amor pela Melzinha me motivou a seguir em frente com o negócio. Afinal, ela foi a motivadora de tudo isso”, conta emocionada.