03/04/2023 às 08h34min - Atualizada em 03/04/2023 às 08h34min
Cultura Hip Hop é levada a universitários de quatro cidades goianas
Cerca de 2,5 mil pessoas participaram do projeto, que passou por instituições de ensino superior situadas em Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Encontros foram marcados por apresentações artísticas, exposições e rodas de conversa
Música, dança, grafite e roda de conversa. Esses foram os elementos utilizados pelo projeto Artes Urbanas para descrever um pouco da ideologia do movimento Hip Hop em cinco instituições goianas de ensino superior. Com o objetivo de valorizar a identidade cultural do Hip Hop, a iniciativa percorreu as cidades de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo, entre os meses de novembro de 2022 e fevereiro de 2023.
Ao todo, cerca de 2,5 mil pessoas, entre alunos, professores, supervisores, diretores e funcionários prestigiaram a programação, que foi marcada por apresentações de rap, poesia falada, breaking e funk-style, nos estilos Popping, Animation, Boogaloo e Slow Motion; exposição de telas de grafite; e rodas de conversa sobre empreendedorismo no Hip Hop, valorização da mulher e discriminação LGBTQIA+.
Realizados nos campi Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Goiânia Oeste do Instituto Federal de Goiás (IFG), no câmpus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e no câmpus Central da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis, os encontros também contaram com a presença de pioneiros da cultura Hip Hop no Estado de Goiás, tais como Smith Odélic, DJ.Senil, B-Girl Fany, B-Boy Cris Rock, Grafieiro Stil, e outros artistas do segmento.
Proposto por Antonio Gomes de Sales Neto, mais conhecido como Smith Odelic, o projeto foi contemplado pelo Edital de Fomento ao Hip-Hop do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, na modalidade Promoção da Cultura de Hip Hop. A produção executiva foi assinada pela Cereja do Cerrado Produções.
Empreendedorismo no Hip Hop Uma das pautas abordadas nas rodas de conversa foi o empreendedorismo no Hip Hop. Inicialmente, foram apresentados os elementos desta cultura - ritmo e poesia (Rap com MCs e DJs), dança (Break) e arte gráfica (grafite), com a proposta de levantar discussão sobre o uso dessas linguagens como fonte geradora de emprego e renda, além de um importante elemento na reconstrução da autoestima. Também foram discutidos o trabalho dos arte educadores e exemplos práticos de empreendedorismo, como a comercialização de quadros com grafites do artista Rômulo (Stil) e o próprio projeto Artes Urbanas.
Valorização da Mulher O tema valorização da mulher também ganhou destaque na programação. Além do reconhecimento e fortalecimento do papel individual das mulheres para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária entre os gêneros, foi citado o espaço que as mulheres vêm conquistando a cada dia, seja na política, no esporte, na saúde, na economia, na pesquisa, na ciência, nos negócios ou mesmo no ambiente familiar. B-Girl-Satila e MC.Afro-Baby participaram da conversa e compartilharam suas trajetórias, trabalhos e conquistas, assim como a B-Girl-Fany, que ainda revelou as dificuldades que enfrentou para inserir-se na dança Breaking e sobreviver dessa arte, que é praticamente exercida por pessoas do sexo masculino.
Discriminação LGBTQIA+ Ainda foi abordada a situação da comunidade LGBTQIA+, que sofre diariamente com o preconceito, exclusão, violação de seus direitos e dificuldade de acesso à educação e ao mercado de trabalho, tanto dentro quanto fora da cultura Hip Hop. Por outro lado, a roda de conversa também apresentou algumas conquistas do movimento, como o reconhecimento da união estável homoafetiva e realização da cirurgia de mudança de sexo pelo SUS. Também foi citado o caso do B-Boy-Scot-C, um grande artista que superou os preconceitos e ganhou o concurso de grafite mundial nos Estados Unidos, onde estava morando e trabalhando.