“Ocupamos as ruas para produzir o bom debate, mas também o bom combate, para lutar por melhores condições de vida e de trabalho, pelo direito de sermos reconhecidas, ouvidas, respeitadas e contra toda e qualquer invisibilidade: nós não nos calaremos”, diz trecho de um manifesto distribuído pela organização do ato.
De acordo com uma das organizadoras da caminhada, a professora Sheila Costa, a intenção da manifestação é evidenciar a falta de equidade de direitos na sociedade brasileira. “A nossa ideia sempre é estar nas ruas para promover a visibilidade das mulheres lésbicas e bissexuais, e a luta por direitos. Sempre evidenciar o que falta nas leis e nos comportamentos humanos para equidade de direitos”, afirma.
Sheila conta que o movimento perdeu parte da visibilidade nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro, mas que o momento atual é de buscar novas políticas públicas relacionadas à causa.
“A gente nunca parou, a gente só não teve mais visibilidade nesses últimos quatro anos. Agora, a gente se sente um pouco mais confortável em ir além e ir buscar apoio de políticas públicas efetivas, que possam realmente auxiliar na causa”.
Presentes na caminhada, pesquisadores da Associação Brasileira de Estudos da Transhomocultura (Abeth) divulgaram o início de um novo estudo sobre a saúde mental do público LGBT brasileiro. A intenção é realizar cerca de 3,5 mil entrevistas sobre o quadro de depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, suicidabilidade e o nível de autoestima desse público no Brasil.
“O nosso objetivo é levar para as políticas públicas um subsídio de dados, de evidência em saúde mental. Nós já temos uma rede de apoio de saúde mental, mas ela não dispõe de dados para entender melhor o perfil da população LGBT, um perfil mais preciso”, destaca a coordenadora do estudo, a professora de psicologia do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Jaqueline Gomes de Jesus.
A previsão é de o estudo, chamado Smile, estar pronto em cerca de dois anos. As pessoas interessadas podem participar clicando aqui. A pesquisa é feita pela Universidade de Duke, dos Estados Unidos, e está sendo desenvolvida no Brasil, Quênia e Vietnã.