Os cânceres ginecológicos são aqueles que afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino. As ocorrências mais frequentes desse tipo de câncer no Brasil são de tumores no colo do útero, no corpo do útero e no ovário. Esses tumores estão na lista do Ministério da Saúde entre os dez mais recorrentes em mulheres no país, destaca o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Gustavo Guitmann.
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“Dentre os dez principais, em terceiro lugar, em mulher, está o câncer de colo de útero, com uma média de 17 mil casos por ano. Depois, em sétimo lugar, vem o corpo do útero, com em torno de 7,8 mil casos, [segundo] a estatística que saiu agora. E o câncer de ovário vem logo em seguida, com 7.310, isso em termos de incidência”, diz Guitmann.
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Sintomas como sangramentos incomuns e secreção vaginal fora do padrão devem ser investigados. A mulher também deve ter atenção se houver casos prévios de câncer ginecológico na família. Em todas as situações, a prevenção passa pelos exames periódicos.
A servidora pública Patrícia Lins estava com o casamento marcado quando descobriu um tumor no endométrio, no corpo do útero. Ela chegou a suspender a festa por causa da doença. Após analisar as alternativas com seus médicos, a solução adotada foi a retirada do órgão.
“Dizer que não me afetou em nada não seria uma verdade. Imaginar que hoje eu jamais teria um filho biológico mexeu um pouco”, conta. “Mas não era uma decisão só minha. Então, em algum momento, eu conversei com o meu noivo e falei: ‘olha, você é muito jovem, eu te deixo livre’. Fui bem honesta, ele disse não, enfim. Mas, assim, dizer que não mexeu é mentira”, lembra ela.
Foi exatamente manter a rotina de exames e as visitas ao ginecologista em dia o que salvou a vida de Patrícia Lins, com destaca o ginecologista Leonardo Campbell. “Ela tinha uma alteração. tinha um pólipo endometrial que foi descoberto no exame de rotina, uma ultrassonografia transvaginal. E aí levantou o sinal de alerta que, pelo tamanho dele, pelo formato, poderia ser, e aí foi investigado, foi descoberto no começo. Então esse é o objetivo hoje em dia".
"Antigamente, não tão antigamente, 20 anos atrás, 80% das pacientes com câncer morriam. Hoje 80% sobrevivem. Isso não foi tanto pela melhora no tratamento, mas mais pelo diagnóstico precoce”, completa Campbell.
A servidora pública Patrícia Lins destaca a importância do check-up anual. “Quando eu conversei com primas que tinham dois anos que não iam ao médico, sabe, [para] uma amiga minha, eu falei ‘amiga deixa eu te falar, você não tem plano de saúde, mas junta um dinheiro, uma vez ao ano faz um check-up'. Porque eu vou te falar, o preço lá na frente é muito maior do que o preço de um exame se você não cuida.”