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15/08/2023 às 17h53min - Atualizada em 15/08/2023 às 17h53min

Vizinhos praticam o consumo comunitário, desenvolvendo a sustentabilidade econômica de bairro, em Goiânia

No bairro planejado Eldorado Parque, em Goiânia, muitas famílias estão desenvolvendo pequenos negócios para atender a própria vizinhança. Prática é uma das ODSs estabelecidas pela ONU

Buscar cidades e comunidades sustentáveis é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para ser alcançado mundialmente até 2030. A organização entende que o conceito da sustentabilidade não se restringe unicamente a questões ambientais, mas abrange também os aspectos sociais e econômicos na forma em que o ser humano deve usufruir de um lugar.

Uma das boas práticas que vêm surgindo nesta direção é o consumo comunitário, ou seja, prestigiar o comerciante da vizinhança. Contratar um personal trainer que mora perto de casa, ou encomendar a torta de frango da vizinha também são exemplos. O conceito traz a essência de fazer circular as riquezas na localidade e fortalecer economicamente a população que lá mora.

Na região Oeste da capital, o Eldorado Parque Bairro Pleno tem sido palco de economia comunitária. O local,  onde já vivem mais de 2 mil famílias, diversos moradores estão garantindo sua renda vendendo produtos e serviços para os vizinhos. Há quatro anos, especialmente com o advento da pandemia, a vizinhança da região prioriza os produtos e serviços produzidos pelos comerciantes locais.

A educadora financeira e mestre em economia, Kallenya Lima, que mora no bairro, lista os benefícios  do consumo comunitário: elimina o gasto de combustíveis fósseis para a entrega de um produto que viria de outra região da cidade, gera ganho de tempo para as famílias e, ao mesmo tempo, estimula a economia local.

“A gente prestigia o vizinho que possui limitações para trabalhar fora, por exemplo. Além disso, o dinheiro aplicado no comércio da vizinhança tende a circular na região, fortalecendo a economia local”, diz ela. Fora isso, acrescenta, não se perde tempo com o trânsito para a busca do produto, um ativo que vale muito e não se recupera.  “Algo que facilita muito este comércio é a popularização do WhatsApp e criação de grupos para finalidade de vendas e trocas”.

Uma das microempreendedoras que vem garantindo a sua renda com a própria vizinhança é a Maria do Socorro. Ela montou de dentro da cozinha da sua casa o restaurante Loja de Deus, que oferece marmitas, e tem 100% da sua renda mensal adquirida pela prestação dos seus serviços para a comunidade do bairro. A cozinheira passou a trabalhar em casa por problemas de saúde, e o restaurante possibilita não apenas que ela continue a gerar renda para a sua família, mais praticidade. “Eu sei onde fica tudo na minha casa, sei os cuidados que devo ter para as comidas ficarem frescas e meus vizinhos satisfeitos.”

Ingrid Graziela é outro exemplo. A estudante de direito mora no bairro há três anos e começou a vender comida caseira para ter uma renda. Ela vende uma média de oito a dez marmitas por dia. “Iniciei esse trabalho por necessidade e está me ajudando muito. Como não tenho renda, por ser estudante, vendendo as marmitas para os moradores do meu condomínio, eu consigo arrecadar uma quantia para quitar pendências”.

 
Outros benefícios 

Para o especialista imobiliário e gestor comercial do bairro planejado Eldorado Parque, Lucas Rodrigues, o formato de economia vem fazendo o bairro se destacar dos demais em vários fatores em Goiânia, principalmente o econômico. “Em um bairro planejado com muitos moradores, com a economia da comunidade vem sendo possível fazer circular o dinheiro na localidade e fortalecendo economicamente a população que lá mora”. 

Além deste fator que vem beneficiando e fortalecendo a economia local, há também outros fatores que vêm melhorando a qualidade de vida dos moradores, que é o conceito bairro pleno. Sendo implantado desde 2012, o projeto possui 25 áreas residenciais, que são condomínios-clube com lazer generoso na área comum, um parque de 103 m², monitoramento com câmeras de segurança e um futuro shopping. "Não estamos falando apenas de um bairro convencional, mas de um lugar projetado para que os moradores tenham tudo o que precisam para ter sua rotina facilitada e com bem-estar”, comenta Lucas Rodrigues.


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