As autoridades disseram que houve várias vítimas nos ataques de quarta-feira (25), mas se recusaram a fornecer números.
"Temos literalmente centenas de policiais trabalhando em todo o Maine para investigar esse caso e localizar o Card, que é uma pessoa de interesse", disse o comissário de Segurança Pública do Maine, Mike Sauschuck, em uma coletiva de imprensa.
A polícia encontrou um SUV branco que, segundo eles, Card dirigiu até a cidade de Lisbon, cerca de 11 quilômetros (km) a sudeste. Sauschuck disse que as autoridades pediram às pessoas que permaneçam em suas casas tanto em Lewiston quanto em Lisbon.
Vários meios de comunicação relataram que um boletim da polícia do Maine identificou Card como um instrutor de armas de fogo treinado e membro da reserva do Exército dos EUA que recentemente relatou que tinha problemas de saúde mental, incluindo ouvir vozes. O boletim também dizia que ele havia ameaçado atirar em uma base da Guarda Nacional.
"Também foi relatado que Card foi internado em um centro de saúde mental por duas semanas durante o verão de 2023 e posteriormente liberado", disse o aviso do Maine Information & Analysis Center.
A Reuters não conseguiu confirmar a autenticidade do boletim. A Associated Press informou que ele foi distribuído para autoridades policiais.
O Exército não respondeu imediatamente às solicitações de informações sobre o homem, incluindo detalhes sobre seu histórico de serviço.
O derramamento de sangue abalou o estado de Maine, em sua maior parte rural, no Nordeste dos EUA, na fronteira com o Canadá.
A polícia disse que o primeiro ataque começou pouco antes das 19h, horário local (20h, em Brasília). O bar e a pista de boliche ficam a cerca de 6,5 km de distância.
Lewiston é um antigo centro têxtil e uma cidade de 38 mil habitantes no condado de Androscoggin, cerca de 56 km ao norte da maior cidade do Maine, Portland.
"Um centro de recreação. Uma pista de boliche. Um bar de bairro. Lugares que os americanos frequentam e deveriam se sentir seguros... essas são as cenas de crime de vários ataques a tiros esta noite no Maine", disse Kris Brown, presidente da Brady, um grupo de defesa da segurança de armas, em um comunicado.
O Maine carece de vários tipos importantes de leis de segurança de armas, incluindo regulamentação de armas de assalto, verificação universal de antecedentes e leis de "bandeira vermelha" que permitem que as autoridades policiais desarmem temporariamente pessoas legalmente consideradas perigosas, de acordo com Brady.
Em um centro de reunificação na "cidade irmã" de Lewiston, Auburn, do outro lado do rio Androscoggin, algumas famílias estavam descobrindo que parentes que estavam no bar e na pista de boliche haviam sido mortos no ataque, disse o prefeito de Auburn, Jason Levesque, aos repórteres.
As autoridades estavam entrevistando testemunhas do ataque "de todas as idades" em um local seguro não revelado na noite de quarta-feira, disse Levesque.
O presidente dos EUA, Joe Biden, foi informado e continuará a receber atualizações, disse uma autoridade em Washington.
O presidente conversou por telefone com a governadora do Maine, Janet Mills, com os senadores Angus King e Susan Collins e com o congressista Jared Golden sobre o tiroteio em Lewiston e ofereceu total apoio federal após o ataque, informou a Casa Branca.
O número de mortes estimado seria equivalente ao número de homicídios que normalmente ocorrem no Maine por ano, número que oscila entre 16 e 29, desde 2012, segundo a Polícia Estadual do Maine.
Os ataques a tiros nos EUA em que quatro ou mais pessoas foram baleadas aumentou desde que a pandemia de Covid-19 começou em 2020, com 647 ocorrendo em 2022 e 679 projetados para ocorrer em 2023, com base nas tendências de julho, de acordo com dados do Gun Violence Archive.
O ataque a tiros em massa mais mortal da história moderna dos EUA foi em 2017, quando um atirador matou 58 pessoas, ao disparar do alto de um hotel contra um festival de música country, em Las Vegas.
*Reportagem adicional de Steve Gorman, Trevor Hunnicutt e Phil Stewart
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