Criminosos também atuavam em MT, DF e RN
A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), deflagrou, na madrugada desta terça-feira (27/4), a Operação Déjà Vu, destinada ao desmantelamento de uma organização criminosa dedicada ao tráfico interestadual de drogas. Ao todo, 120 policiais civis estão em ação nos estados de Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Distrito Federal para cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão preventiva, além de sequestro de bens e valores no total de R$ 20 milhões.
A investigação, em curso desde janeiro de 2020, revelou um sofisticado esquema de transporte e distribuição de cocaína pura, pasta base de cocaína e skunk. Oriunda do Mato Grosso, a droga era transportada em fundos falsos de caminhonetes até Goiás, onde ficava armazenada. Parte permanecia em solo goiano e o restante era redistribuído para o Distrito Federal e o Nordeste, especialmente para o Rio Grande do Norte. Em 2020, quatro carregamentos do grupo foram apreendidos, no total de 420 quilos de cocaína e 150 quilos de skunk. Porém, estima-se que pelo menos 2 mil quilos de cocaína pura tenham sido disseminados pela organização no período, que rapidamente substituía os motoristas presos e dava sequência ao tráfico. De acordo com o delegado Vinícius Teles, responsável pelo caso, a investigação evidenciou toda a estrutura da organização, expondo os núcleos de fornecimento, que vendiam a droga na origem; de logística e transporte, formado por mecânicos que criavam os fundos falsos nos veículos e pelos motoristas, além de seus coordenadores; financeiros, que articulavam o fluxo dos pagamentos pela droga; e de adquirentes, que redistribuíam o entorpecente para outros traficantes atacadistas. Um exemplo é a apreensão de 200 quilos de cocaína em outubro de 2020, em São Luís de Montes Belos (GO), quando duas caminhonetes de mesma marca, modelo, ano e cor foram apreendidas, uma para o transporte da droga no Mato Grosso e outra em Goiás. “É um exemplo da meticulosidade e expertise da organização, própria dos grandes atacadistas da cocaína.
A mera apreensão da droga, apesar de causar um considerável prejuízo, não alterava em nada o esquema criminoso. No mês seguinte, outro motorista era cooptado e a distribuição continuava", detalha o delegado. "Agora, com essas 14 prisões, estamos certos de que toda a engrenagem foi atingida. As pessoas presas hoje estão do ápice à base da organização.” A designação Déjá Vu, expressão francesa que significa “já visto”, remonta à Operação Esmeralda, de 2014, quando o grupo liderado por Marcelo Gomes de Oliveira, o Marcelo “Zoi Verde”, então considerado um dos maiores traficantes do Centro Oeste, foi preso. Marcelo foi assassinado em 2017 na Bolívia. Porém, diversos de seus parceiros de crime integram a organização atual, que se reestruturou, voltando a agir com dinâmica ainda mais apurada e eficaz.
Fonte: A Redação