Preparação para festas juninas alavanca economia no Maranhão

No estado, são os quase 400 grupos de bumba meu boi que comandam as festas. Nas lojas que trabalham com artesanato, a produção já está a todo vapor, e a procura pelas indumentárias e acessórios é grande. Preparação para festas juninas alavanca setores da economia no Maranhão
No Maranhão, nem acabou a Páscoa e a mobilização para as festas juninas já tomou conta de vários setores da economia, que celebram a volta aos trabalhos depois de dois anos.
Nos ateliês dos grupos de bumba meu boi, o trabalho requer dedicação e paciência - o que eles têm de sobra, depois de dois anos lidando com a ansiedade para voltar aos arraiais.
"Todos nós estamos aqui ansiosos, trabalhando nas nossas indumentárias com muito carinho para esse retorno tão esperado", diz Caroline Quadros, índia de bumba meu boi.
No Maranhão, são os quase 400 grupos de bumba meu boi que comandam as festas juninas, em um festival de cores, ritmo e dança - uma tradição que ficou parada durante a pandemia. Neste ano, a Secretaria estadual de Cultura informou que serão dois meses de apresentações.
"Eu digo que o pessoal está com sede e fome de São João. Eu creio que os arraiais estarão lotados, nós teremos um grande São João. Porque são dois anos, já caminhando para o terceiro; ninguém aguentava mais, a saudade é grande", afirma Cláudio Sampaio, presidente do Boi Brilho da Ilha.
O São João que movimenta a cultura do Maranhão também movimenta a economia. Nas lojas que trabalham com artesanato, a produção já está a todo vapor e a procura dos brincantes pelas indumentárias e acessórios alusivos ao bumba meu boi já é grande.
O armazém de Jaci Gomes já está todo enfeitado para atender à demanda deste ano. Os dois meses que antecedem as festas juninas são os mais movimentados e o faturamento dobra.
“Eu tenho que ter uns 500, 600 chapéus, e olhe lá para dar conta da demanda. Já está bombando", conta.
Em 2019, a festa do bumba meu boi injetou R$ 76 milhões na economia maranhense, segundo o Ministério do Turismo. E com os dois anos sem festa, o estado informou que deixou de arrecadar R$ 70 milhões.
Agora, finalmente a máquina de costura de Neide Ferreira voltou a trabalhar no ritmo dos arraiais. Ela tem 300 encomendas de grupos folclóricos e a previsão é de 80% de aumento no faturamento do ateliê. Por isso, contratou duas ajudantes.
"Dificultou financeiramente, com certeza, e a gente sentiu muita falta do trabalho. Agora vai melhorar, com certeza", diz.
A artesã Wanda Bandeira vive há 20 anos fazendo artesanatos para a festa junina. Passou sufoco na pandemia, mas não parou de produzir e ficou surpresa com o estoque indo embora cedo neste ano.
"Já tem gente de tudo quanto é lugar procurando, querendo chapéu. Uma lembrancinha ou estar caracterizado para o nosso São João", afirma.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/04/16/preparacao-para-festas-juninas-alavanca-economia-no-maranhao.ghtml