24/08/2022 às 23h06min - Atualizada em 25/08/2022 às 00h01min

Governador demite policial civil do AP que vai a júri por feminicídio de empresária

Polícia Civil pediu desligamento em 2021. Foram avaliados tiros após consumo de bebida alcoólica, antes do disparo que matou Ana Kátia Silva, em 2020. Leandro Freitas nega autoria do crime.

G1 Brasil
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Polícia Civil pediu desligamento em 2021. Foram avaliados tiros após consumo de bebida alcoólica, antes do disparo que matou Ana Kátia Silva, em 2020. Leandro Freitas nega autoria do crime. Leandro Freitas, policial civil acusado de feminicídio no Amapá
Rede Amazônica/Reprodução
O governador do Amapá, Waldez Góes, assinou nesta quinta-feira (24) a demissão do agente da Polícia Civil Leandro da Silva Freitas, que será julgado em outubro como autor do homicídio da empresária Ana Kátia Silva, morta em 2020.
Em 2021, o Conselho Superior da corporação decidiu desligá-lo por embriaguez e uso indevido de arma institucional. Faltava a publicação do decreto no Diário Oficial do Estado, o que ocorreu nesta noite.
Demissão Leandro Freitas
DOE/Reprodução
A empresária foi morta baleada em frente a casa de um dos filhos, na Zona Sul de Macapá. O principal suspeito da autoria é o policial civil, com quem ela estava se relacionando, segundo o Ministério Público (MP) do Amapá. O caso é considerado feminicídio.
Durante a instrução processual, que encerrou em setembro de 2021, à Vara do Tribunal de Júri, o agente assumiu que, antes de Ana Kátia ser baleada, ele efetuou dois disparos para o alto na rua da casa da empresária e que consumiu bebida alcoólica no dia do crime.
A Comissão do Processo Administrativo Disciplinar (PAD) considerou os disparos e consumo de bebida alcoólica uma infração gravíssima, recomendando a pena de demissão.
Dos 5 integrantes do conselho, 3 votaram concordando com a comissão, um votou contrariamente e um se absteve do voto por ter participado da instrução processual do caso.
"A análise dos fatos e aplicação da penalidade limita-se às consequências da conduta do servidor ao colocar-se em estado de embriaguez de forma imoderada e, ainda, com a arma institucional sob seu porte, assumiu, ao menos culposamente, a possibilidade de utilização por si ou por outra pessoa da arma", diz trecho da ata.
Ana Katia Almeida da Silva foi morta a tiros no dia 8 de julho de 2020, em Macapá
Arquivo Pessoal
A família da vítima e a defesa do policial civil contrataram a reprodução da morte da empresária e há um conflito entre as duas versões para a autoria do crime.
Leandro foi preso na época do crime e chegou a ir para a prisão domiciliar, mas perdeu o benefício e voltou para o presídio. Ele negou ter tido a intenção de disparar contra Ana Kátia.
A defesa dele tenta demonstrar que o disparo não teria sido feito por Leandro, mas pelo filho da vítima, Kadú Ribeiro. A versão é defendida ainda com uma reprodução em 3D feita este ano. Kadú nega as acusações e diz que tirou a arma da mão do policial para evitar novos disparos.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do MP, o policial civil foi quem matou Ana Kátia Silva com um tiro no peito, em frente à casa do filho da vítima. Segundo a polícia, eles tinham um relacionamento de cerca de 2 meses.
O crime, que ocorreu no dia 8 de julho de 2020, foi caracterizado desde o início como feminicídio. A perícia apontou que o tiro foi disparado a curta distância, a “queima roupa”.
O policial civil foi preso em flagrante e foi encaminhado para o Centro de Custódia Especial do Zerão, para onde foi levado por decisão da Justiça e também onde foi mantido por negativas de pedido de habeas corpus. Lá ele ficou até novembro de 2020, quando foi autorizada a prisão domiciliar.
Em setembro de 2020, a 1ª Vara do Tribunal do Júri de Macapá determinou a realização de exame de corpo de delito e perícia no celular do policial civil, à pedido da defesa.
Além disso, a Polícia Técnico-Científica (Politec) ficou de avaliar um ferimento em Leandro mencionado pela defesa, para identificar se foi provocado por disparo de arma de fogo e, se sim, qual a trajetória do projétil.
Ao mesmo tempo que Katia foi baleada, o policial também ficou machucado, mas na época do crime não foi esclarecido como ele foi ferido. Com perícias, a defesa do réu tentava desqualificar a acusação de feminicídio para homicídio simples.
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Fonte: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2022/08/24/governador-demite-policial-civil-do-ap-que-vai-a-juri-por-feminicidio-de-empresaria.ghtml
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