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02/11/2022 às 23h07min - Atualizada em 03/11/2022 às 00h00min

Representantes de Lula já articulam ampliação da base de apoio do futuro governo no Congresso

No mundo político há um consenso: o caminho do presidente eleito para ter maioria no Congresso passa por uma agenda econômica e política mais ampla.

G1 Brasil
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/11/02/representantes-de-lula-ja-articulam-ampliacao-da-base-de-apoio-do-futuro-governo-no-congresso.ghtml
No mundo político há um consenso: o caminho do presidente eleito para ter maioria no Congresso passa por uma agenda econômica e política mais ampla. Representantes de Lula já articulam ampliação da base de apoio do futuro governo
Representantes do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, já estão se movimentando para ampliar a base de apoio do futuro governo no Congresso.
No mundo político há um consenso: o caminho do presidente eleito para ter maioria no Congresso passa por uma agenda econômica e política mais ampla. O professor de Ciência Política da Universidade de Brasília, Arnaldo Mauerberg, afirma que o governo eleito deve ir além do PT e aliados de primeira hora.
“O presidente tem uma pauta de esquerda que o identifica claramente, mas ele também está mostrando que é um político de centro, centro-esquerda, e que está disposto a negociar questões econômicas e sociais com outros grupos também”, diz.
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Os dez partidos da Coligação Brasil da Esperança, além de PDT e Cidadania, que estiveram ao lado de Lula no segundo turno, elegeram 145 deputados e 16 senadores, menos de um terço da Câmara e praticamente um quinto do Senado.
Lula já negocia também o apoio do PSD, de Gilberto Kassab, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; do MDB, da senadora Simone Tebet e do deputado Baleia Rossi; e do União Brasil, do deputado Luciano Bivar.
Há também possibilidade de aproximação com o PSDB, antigo rival histórico dos petistas. No segundo turno, o PT apoiou ou declarou voto em dois candidatos do PSDB eleitos governadores: Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul. Lula recebeu também o apoio de caciques do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mesmo se formar essa frente ampla, Lula enfrentaria dissidências de parlamentares desses partidos. Nomes como os senadores eleitos Sergio Moro e Teresa Cristina, do União Brasil, por exemplo. E não teria o apoio incondicional de muitos deputados e senadores. Ainda assim, formaria uma base com mais da metade dos 513 deputados e dos 81 senadores.
Mas para enfrentar votações de propostas de mudança da Constituição - como a reforma tributária - serão necessários os votos de 308 deputados e 49 senadores. O governo Lula teria que contar com votos dos partidos que apoiaram o presidente Bolsonaro.
Os três partidos da coligação Pelo Bem do Brasil, que estiveram na campanha à reeleição, com os apoios do PSC e do PTB, elegeram 194 deputados e 25 senadores.
O cientista político Leonardo Barreto diz que será preciso algum tempo para saber exatamente quantos dos parlamentares do PL, do PP e do Republicanos vão formar a oposição sistemática e ideológica ao presidente eleito.
“Hoje no Brasil existe uma direita ideológica, conservadora, que está permeando esses três partidos que fizeram parte da base do governo Bolsonaro. Na negociação com as pautas com o governo Lula, a gente vai descobrir o tamanho do peso e da influência dessa direita ideológica no âmbito desses três partidos. E só a partir daí a gente vai conseguir realmente saber o tamanho da oposição sistemática que vai haver no governo Lula”, explica.
Já foram feitos contatos com parlamentares desses partidos, mas antes Lula terá que resolver um desafio na relação com o Congresso: as emendas parlamentares ao orçamento do ano que vem.
Em 2022, deputados e senadores tiveram mais de R$ 34 bilhões em emendas para obras e projetos nos estados. Quase metade desse dinheiro é do orçamento secreto, que não permite uma clara identificação de qual parlamentar se beneficiou politicamente. Lula disse durante a campanha que pretende acabar com esse modelo de orçamento. O senador eleito pelo PT do Piauí, Wellington Dias, que vai comandar essa negociação com o Congresso, fala em pacto democrático.
“Quando a gente examina na realidade de cada estado, a história de cada parlamentar, o que nós encontramos? Um campo democrático, um campo que ao longo da sua história tem compromisso com o Brasil, bem maior, 360, 365 parlamentares. É o número que eu encontro daquilo que eu chamo do campo democrático, ou seja, que rejeita o autoritarismo, aberto ao diálogo, que tem compromisso com os interesses maiores, o povo do seu estado e também do Brasil. A mesma coisa no Senado Federal. Ou seja, nós queremos trabalhar, como já anunciou o presidente da República, dialogando com todos os governadores, dialogando com os prefeitos, municípios, e a partir daí também com variados setores da sociedade”, diz.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/11/02/representantes-de-lula-ja-articulam-ampliacao-da-base-de-apoio-do-futuro-governo-no-congresso.ghtml

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