19/11/2022 às 22h13min - Atualizada em 20/11/2022 às 00h00min
Presidente da Fifa defende Catar das acusações sobre violações de direitos humanos e trabalhistas
Gianni Infantino disse que a organização não é a ONU, nem a polícia do mundo.
G1 Brasil
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Gianni Infantino disse que a organização não é a ONU, nem a polícia do mundo. Às vésperas da abertura da Copa, presidente da Fifa rebate críticas ao torneio
Na véspera da abertura da Copa, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, rebateu críticas ao torneio.
Foi um abraço que misturou carinho e apoio, depois de uma declaração corajosa, que veio quando a entrevista do presidente da Fifa, Gianni Infantino, já tinha terminado.
O diretor de comunicação da Fifa, Ryan Swanson, declarou pela primeira vez publicamente que é gay, mas que se sente bem-vindo ao Catar e que todos serão bem recebidos na Copa. Na opinião dele, a Fifa é uma organização inclusiva.
Em um país tão conservador, onde manifestações públicas homoafetivas não são permitidas, as palavras de Swanson tiveram um peso ainda maior.
Em quase duas horas de entrevista de Infantino, pouco foi o tempo dedicado ao futebol. Logo na abertura, o presidente da Fifa tentou driblar as críticas e passar uma mensagem contra o preconceito. Disse que se sentia catari, árabe, africano, deficiente e gay. E acrescentou que sabe o que é ser discriminado, pois cresceu na Suíça como um filho de imigrantes italianos e ouvia provocações na escola porque tinha cabelos ruivos.
Mas a marcação dos questionamentos foi persistente. Infantino também defendeu o Catar das acusações sobre violações de direitos humanos e trabalhistas, e disse que até os torcedores mais críticos à organização do torneio e à Fifa vão assistir aos jogos.
“Eles irão pra casa e verão escondidos, porque nada é maior do que a Copa do Mundo”, disse o dirigente.
Ele também classificou como hipocrisia as críticas vindas da Europa. Segundo Infantino, os países europeus deveriam pedir perdão pelo que fizeram ao mundo nos últimos 3 mil anos antes de querer dar lições.
Infantino também falou sobre o Irã. A Fifa recebeu pedidos para excluir o país da Copa, por causa das acusações de opressão às mulheres, que, entre outras proibições, não podem frequentar estádios. Ele defendeu a participação da seleção iraniana. Disse que a Fifa não é a ONU, nem a polícia do mundo, e a única arma que a entidade tem é a bola de futebol.
Diante da avalanche de críticas, Gianni Infantino enfatizou o legado que a Fifa pretende deixar no Catar, como um centro de apoio aos trabalhadores em parceria com a Organização Internacional do Trabalho. E vai separar parte do dinheiro que for arrecadado com a Copa do Mundo para investir em educação no país, principalmente para as mulheres.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/11/19/presidente-da-fifa-defende-catar-das-acusacoes-sobre-violacoes-de-direitos-humanos-e-trabalhistas.ghtml