18/01/2023 às 23h35min - Atualizada em 19/01/2023 às 00h00min

Caso Rafael: Alexandra Dougokenski é condenada pelo assassinato do filho em Planalto

Mãe do menino deverá cumprir mais de 30 anos de prisão em regime inicial fechado. Rafael Mateus Winques, de 11 anos, foi encontrado morto em maio de 2020.

G1 Brasil
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/01/18/caso-rafael-alexandra-dougokenski-e-condenada-pelo-assassinato-do-filho-em-planalto.ghtml

Rafael Mateus Winques, de 11 anos, foi encontrado morto em maio de 2020. Mãe do menino foi acusada homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. A mulher acusada de matar o próprio filho em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, em maio de 2020, foi condenada à prisão pelo crime nesta quarta-feira (18). Alexandra Salete Dougokenski respondia pela morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos. Entenda o caso abaixo.
AO VIVO: assista à leitura da sentença
Os jurados consideraram a ré culpada pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa), ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Entenda o júri de Alexandra
Relembre a cronologia do crime
O advogado de Alexandra, Jean Severo, deixou o fórum antes da sentença ser lida ao público. A defesa deve recorrer e pedir a anulação do júri.
Esta reportagem está sendo atualizada.
Alexandra é amparada pelo advogado durante júri em Planalto
Juliano Verardi/TJRS
Três dias de júri
Na segunda-feira (16), primeiro dia do julgamento, depuseram uma ex-professora de Rafael e dois delegados que participaram da investigação. Na terça (17), os jurados ouviram familiares da vítima e da ré, como o irmão de Rafael e filho de Alexandra, o pai do menino, além do irmão e a mãe da acusada.
Veja o que disseram todas as testemunhas
Rafael Mateus Winques está desaparecido desde sexta-feira
Divulgação/Polícia Civil
No terceiro dia de júri, houve interrogatório da ré Alexandra Dougokenski. Ela responsabilizou o ex-companheiro Rodrigo Winques pela morte do filho. Tanto Rodrigo quanto sua defesa negam a versão apresentada pela ré.
"Me disse a todo momento que, se eu contasse alguma coisa, ele ia voltar e matar toda a minha família", afirmou.
VÍDEO: mãe de Rafael Winques fala sobre dia da morte da criança
Após essa etapa, os jurados assistiram ao debate entre acusação e defesa, antes de se reunirem para definir a sentença de Alexandra. "Mãe nenhuma colocaria o corpo do próprio filho no lixo, na casa do lado", afirmou o promotor Diogo Taborda.
A defesa sustentou que o pai de Rafael seria responsável pelo crime, sugerindo que ele havia mentido sobre sua localização no dia da morte do menino. "A absolvição da Alexandra é uma oportunidade de reconstruir a vida do filho. Vocês vão estar absolvendo duas pessoas: ela e esse menino", disse o advogado Jean Severo.
Do lado de fora do fórum, manifestantes pediram "justiça" no caso e "pena máxima" para Alexandra.
Manifestação de populares no lado de fora do fórum de Planalto
Juliano Verardi/TJRS
Nova investigação
A Justiça de Farroupilha, na Serra, determinou que a Polícia Civil realize novas investigações sobre a morte de José Dougokenski, ex-companheiro de Alexandra. Ele foi encontrado morto em 2007, num caso inicialmente concluído como suicídio. A família suspeita que ele tenha sido morto e por isso o caso foi reaberto.
O juiz Enzo Carlo de Gesu determinou que a polícia vá até a casa da vítima, em Linha Julieta, interior de Farroupilha, para ver se ela ainda existe e para que lá possa ser feita a reconstituição do caso. Por fim, o juiz solicitou o registro de ligações à Brigada Militar no dia 5 de fevereiro de 2007, quando José foi encontrado morto.
José é o primeiro marido de Alexandra Dougokenski, e morreu na casa do casal, em Farroupilha, em 2007
Arquivo pessoal
Júri cancelado
O julgamento havia começado em março de 2022, mas foi encerrado cerca de 11 minutos depois, devido a um desentendimento entre a defesa e a acusação. Os defensores da ré levantaram questão de ordem, mencionando a existência de um suposto áudio que foi encontrado no telefone do pai de Rafael, Rodrigo Winques, enviado às 23h55 do dia 15 de maio, ou seja, depois do crime.
Caso Rafael: 1º sessão de júri tem discussão e é encerrada após 11 minutos no RS
Desaparecimento e morte
Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. A mãe dizia ter deixado a criança no quarto para dormir e quando acordou, no dia seguinte, ele não estava mais no local. Conforme o relato da mãe à polícia, a cama estava desarrumada e a porta da casa encostada. O local não tinha sinais de arrombamento.
A mãe de Rafael, até então considerado desaparecido, deu uma entrevista pedindo ajuda para encontrar o filho. "A gente quer uma luz, uma noticiazinha que, sabe, que diga 'a gente viu esse menino em tal lugar'", disse Alexandra. Na época, a polícia não descartava nenhuma linha de investigação.
A Polícia Civil encontrou o corpo de Rafael no dia 25 de maio, por volta das 17h30. Alexandra Dougokenki confessou o crime, dizendo que teria dado um medicamento para o filho, considerado por ela um menino nervoso. A suspeita foi presa.
Alexandra foi denunciada pelo MP em junho daquele ano. Em dezembro de 2020, ela mudou sua versão, passando a responsabilizar o pai do menino pela morte.
Rafael Winques, menino morto em Planalto
Reprodução/RBS TV
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Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/01/18/caso-rafael-alexandra-dougokenski-e-condenada-pelo-assassinato-do-filho-em-planalto.ghtml
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