Caso aconteceu na última quarta-feira (9). Em depoimento à polícia, Eduardo Alves afirmou ter pensado que a mulher estava sendo estuprada, mas disse também que ela sofre de problemas psicológicos Nos últimos dias, circulou pelas redes sociais o vídeo em que um personal trainer agride um morador de rua, após flagrá-lo tendo relações sexuais com sua esposa dentro de um carro. Horas antes, a mulher e a sogra teriam saído juntas pela cidade e parado para ajudar o sem-teto. O caso ocorreu na última quarta-feira (9) em Planaltina, no Distrito Federal, e é apurado pela Polícia Civil. A agressão foi registrada por câmeras de segurança. Por volta das 22h30 daquele dia, Eduardo Alves, de 31 anos, saiu em busca da esposa, que estava fora de casa há algumas horas. O rapaz viu o carro dela estacionado e, ao se deparar com a cena de sexo, bateu na lataria do veículo várias vezes, até que conseguiu abrir a porta. Ele então tirou o morador de rua de dentro do automóvel e desferiu socos e chutes no homem.
Marido acredita em estupro
Agora, novas informações vieram à tona. Aos investigadores, o personal disse que a agressão seu deu por achar que a esposa, de 33 anos, estava sendo estuprada. Ainda no depoimento, ele afirmou que a mulher enfrenta problemas psicológicos e não teria capacidade de consentir uma relação sexual, pois estava tendo “um surto psicótico”. “Não se trata de uma traição conjugal, e, sim, de um crime de violência“, reforçou ele, em nota enviada à coluna “Na Mira”, do portal Metrópoles. Esposa diz que houve consentimento A esposa, em contrapartida, declarou à polícia que o sexo teria sim sido consensual. Em áudios obtidos pela TV Globo, ela narrou o que teria acontecido na ocasião. Ao caminhar na rua, a mulher foi abordada pelo morador de rua, que pedia dinheiro. Como ela não tinha, o sem-teto então perguntou se podia ver a bíblia que a moça tinha em mãos, item que ela ganhou de Eduardo. Na sequência, o “mendigo” teria pedido um abraço: “Me deu vontade de dar um abraço nele”. Após isso, os dois então partiram para dentro do carro. Lá, o morador de rua teria feito carinho no pé da moça e sugerido que eles fossem para outro lugar. “Eu senti uma coisa tão boa”, disse ela, nas mensagens. Ambos decidiram marcar um encontro na rodoviária da cidade, local onde mais tarde se reuniram novamente. Na ocasião, os dois mais uma vez entraram no veículo e, dessa vez, tiveram relações sexuais.
Ao longo do relato, a mulher disse ainda que começou a ter visões de que estaria na presença de Deus. Já em outros momentos, de que o morador de rua seria Eduardo, seu companheiro. “Às vezes, eu o enxergava como Deus, às vezes como Eduardo”, afirmou ela, citando em seguida uma “interferência” do pastor Tiago Brunet, conhecido como “mentor dos famosos”.
“Aí apareceu uma mensagem do Tiago Brunet que falava que a minha sogra estava atrapalhando, porque ela estava preocupada (…) Aí ele apareceu, um morador de rua, com uma bolsa clara. Eu encontrei ele na porta de um comércio, de uma conveniência, e ele ia acender um cigarro. Aí eu tirei o cigarro da mão dele, falando que ele já estava curado. Levei ele para conversar em um banco”, declarou, nos áudios. Morador de rua diz que foi chamado para “brincar” À polícia, o homem em situação de rua informou que, por volta das 21h30 de terça-feira, um carro parou nas proximidades da Escola Paroquial, em Planaltina e, dentro dele, estaria a companheira do personal trainer. Após estacionar, ela teria o chamado e dito: “Vamos brincar?” Depois, o sem-teto disse ter sido convencido pela mulher a entrar no veículo. Ele declarou que enquanto tinha relações com a motorista no interior do carro, um “homem bravo invadiu o veículo” e iniciou uma briga. O morador de rua afirmou ainda que não conhecia a mulher e não a estuprou. Após as agressões, a polícia foi acionada e o sem-teto foi encaminhado para o Hospital Regional de Planaltina, assim como Eduardo. Os dois ficaram feridos durante a briga. A mulher também passou por atendimento médico, pois se encontrava em estado de choque. Assim que receberam alta da unidade hospitalar, os três partiram para a 16ª Delegacia de Polícia, prestaram depoimento e foram liberados. O caso segue sob apuração e a Polícia Civil ainda não informou qual linha investigativa é seguida.